António de Sousa, Professor do Departamento de Gestão, da Escola de Ciências Sociais da Universidade de Évora assume pela segunda vez a presidência da Companhia das Lezírias, SA, considerada a maior empresa pública agroflorestal do país, com quase dois séculos de existência.
A Companhia das Lezírias (CL) é uma empresa diversificada no seu ramo, possuindo uma área de cerca de 18000 ha, onde são desenvolvidas muitas atividades produtivas, desde as florestais, às agrícolas, pecuárias e turísticas, para além de atividades pedagógicas e de investigação e desenvolvimento.
Em concreto, estamos a falar de cerca de 8700 ha de floresta, onde o montado de sobro predomina (6700 ha), existindo também pinheiro bravo (1000 ha), pinheiro manso (500 ha) e eucalipto (500 ha). As atividades agrícolas abarcam o arroz (500 ha em exploração direta, para além de cerca de 1000 ha em exploração indireta), o milho (300 ha), a vinha (140 ha) e o olival (70ha), entre outras. Possui, ainda, mais de 3000 cabeças de gado bovino, em regime extensivo e modo de produção biológico. Tem também três coudelarias: Companhia das Lezírias (ferro CL), Alter Real (ferro AR) e Coudelaria Nacional (ferro CN); a área de forragens, pastagens e restolhos cerealíferos é de cerca de 9000 ha, sendo cerca de 3000 ha de prados permanentes biodiversos.
A Companhia desenvolve ainda atividades turísticas diversas (turismo de natureza, pedagógico, de lazer e de desporto equestre). Para o efeito, possui um Espaço de Observação e Visitação de Aves (EVOA) em plena zona de proteção especial do estuário do Tejo, uma quinta pedagógica, um complexo para desporto equestre e um complexo de bungalows em madeira, com piscina.
Tem ainda projetos de I&D, em parceria com diversas instituições de ensino superior, estando aí presente também a Universidade de Évora, sendo disso exemplo, entre outros, a Unidade Clínica de Equínos e Centro de Reprodução Equína da Coudelaria de Alter (parceria com o Hospital Veterinário da UÉ).
O desafio que se coloca a uma empresa tão diversificada como esta, segundo o novo Presidente do Conselho de Administração, é dar coerência estratégica a essa diversidade de atividades, no sentido de garantir a sua sustentabilidade, articulando atividades altamente rentáveis, com atividades de rentabilidade menor, e até negativa, mas que pela sua importância são fundamentais para a missão de uma empresa pública desta dimensão e de prestígio secular. De acordo com a opinião de António Sousa, isso remete para um equilíbrio permanente entre eficiência operacional, visão estratégica e capacidade de a concretizar. É nisso que estará focado nos próximos 3 anos.